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Pampa

Bioma: Pampa

Mapa pintando a região do Brasil onde se localiza o bioma Pampa

No Brasil, o Pampa é um bioma exclusivamente do Rio Grande do Sul. Já na América do Sul, ele abrange todo o Uruguai e parte da Argentina, ao sul do Rio da Prata. Considerando as áreas de Pampa nos três países, o bioma ocupa mais de 1 milhão de km², o que equivale a 5,6% da América do Sul. Aqui no Brasil, somente a parte localizada no Rio Grande do Sul corresponde a 19% de todo o bioma, ou seja, quase 194 mil km², segundo dados de 2021 do MapBiomas. As paisagens naturais do Pampa são caracterizadas por vegetação campestre em relevo plano, com matas ciliares nas margens de rios e arroios, matas nas encostas, plantas rasteiras, butiazais, banhados e afloramentos rochosos (rochas expostas na superfície da terra).

Essa também é uma região de formação geológica muito antiga, com muitos ecossistemas associados, forçando as espécies a se adaptarem ao longo do tempo aos diferentes ambientes. O bioma conta com quase 500 espécies de aves e mais de 100 espécies de mamíferos terrestres, além de abrigar espécies endêmicas (que são exclusivas da região, não existindo em nenhum outro lugar do mundo) como tuco-tuco, beija-flor-de-barba-azul e sapinho-de-barriga-vermelha e algumas ameaçadas de extinção como veado campeiro, gato-palheiro-pampeano, caboclinho-de-barriga-verde e picapauzinho-chorão. Para as plantas não é diferente, estima-se que ocorrem cerca de 3 mil espécies, das quais 260 delas são endêmicas, exclusivas dos campos.

A partir da sua diversidade, o Pampa oferece diferentes benefícios para a vida dos seres humanos, tais como: captação de água nas nascentes e açudes para irrigação e consumo humano e animal; uso de fibras dos butiazeiros para o artesanato e para produção de quincha (uma cobertura de telhado feita de palha); consumo de diversas frutas nativas, como o butiá, que serve de alimento e também é usado na produção e comercialização de sucos, geleias, sorvetes e outros produtos; aproveitamento de gramíneas para produção de óleos essenciais; e comercialização do mel de abelhas nativas, que vem ganhando reconhecimento e valorização no mercado.

Atualmente, a degradação do Pampa é percebida por meio da perda de ambientes naturais. Em duas décadas, foram perdidos mais de 21 mil km² (20% da área existente em 2000), principalmente devido a expansão das áreas de plantio de soja, mas com impacto significativo também da silvicultura (que é a floresta plantada com o propósito de extração de matérias-primas). Outros fatores contribuem para a degradação, como a erosão do solo – dificultando a recuperação dos ambientes – e a poluição com agrotóxicos, que afeta diretamente algumas espécies da flora, mas principalmente os insetos polinizadores. A presença de algumas espécies da fauna ameaçadas de extinção também pode ser usada como bioindicador, como é o caso do cardeal-amarelo (ameaçado pela captura e comércio ilegais), o gato-palheiro (pela caça reativa e a predação por cães domésticos) e o sapo-de-chifres e o lobo-guará (pela degradação de seu habitat).

O Dia Nacional do Bioma do Pampa é celebrado em 17 de dezembro.

Como preservar

Os campos nativos do Pampa e seus banhados associados, onde vivem a ema, o gigante-dos-pampas, o veste-amarela e tantos outros animais lindos, estão desaparecendo com o avanço das plantações. Além da redução dos ambientes naturais onde essas espécies se alimentam e se reproduzem, também há contaminação da água, do solo e do ar com o uso de poluentes agrícolas.

A pecuária extensiva, aquela em que o gado pasta tranquilamente enquanto anda solto pelas coxilhas, desde que feita com cuidado para com a natureza, tem sido uma opção econômica mais sustentável, pois ajuda a manter os campos nativos e a criação de animais para produção de alimentos.

Agora, se você ainda quiser fazer mais pela ema, recomende para amigos, vizinhos e parentes que não comam seus ovos. Pelo veste-amarela, mostre que você é contra colocar as aves em sofrimento dentro de uma gaiola. Pelo gigante-dos-pampas, ajude-nos a encontrá-lo. Há mais de 30 anos os cientistas não veem esse sapo em vida livre na natureza do Brasil. Para ajudar é fácil, é só mandar uma mensagem para o Curicaca (www.curicaca.org.br). Contamos com você!

Fonte: Instituto Curicaca

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Parceiro

O Instituto Curicaca é uma organização não-governamental gaúcha, sem fins lucrativos, que desde 1997 desenvolve ações integrando as áreas ambiental, social, educacional, cultural e científica. Sua atuação é ao mesmo tempo técnica e política pela conservação da natureza, salvaguarda da cultura e promoção do ecodesenvolvimento na Mata Atlântica, Pampa e Zona Costeiro-Marinha. Tem foco em áreas protegidas – unidades de conservação, reservas de biosfera, corredores ecológicos, territórios de comunidades e povos tradicionais – e em espécies da fauna e da flora e ecossistemas ameaçados de extinção em nível global, nacional e regional.

Prioriza comunidades locais, jovens, idosos, mulheres, indígenas, quilombolas, agricultores pecuaristas familiares e outros grupos injustiçados ou invisibilizados. Sua atuação se dá pelo trabalho voluntário de técnicos, especialistas, lideranças locais e de parceiros governamentais, universidades, empresas e outras ONGs. Depende de valiosas doações de indivíduos e instituições, do apoio financeiro aos projetos e da contribuição de seus associados e afiliados para a realização de suas atividades e o alcance de ótimos resultados.

Saiba mais em www.curicaca.org.br

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