Modelo Biopsicossocial em saúde: o paciente como protagonista de seu cuidado
Tempo estimado de leitura: 3 minutos
Estamos acostumados com um sistema de saúde no qual recebemos o diagnóstico e tratamento prontos. O Modelo Biopsicossocial busca, justamente, empoderar os pacientes no cuidado de sua própria saúde.
Quando começamos nossa jornada de profissionais da área da saúde, automaticamente entramos em um sistema que preconiza o atendimento às pessoas. O modelo médico é aquele no qual o profissional tem todas as respostas. Na condição de paciente, a pessoa escuta o que precisa ser feito, qual remédio ou produto vai ajudar na solução da sua doença.
O Modelo Biopsicossocial em saúde surge como um contraponto ao modelo médico. De paciente, o sujeito passa a ser ativo em seu processo de recuperação. Conforme Cristina Fank, terapeuta ocupacional, o Modelo Biopsicossocial traz um olhar mais humanizado. “Ele coloca a pessoa como protagonista de sua saúde, ela está no centro do processo. É uma forma de se trabalhar em que ela está empoderada sobre a sua saúde”, comenta.
Para a terapeuta, com esse modelo é possível a cocriação. “A gente chama as pessoas para cocriar com uma equipe multidisciplinar. No processo, legitimamos os produtos com elas porque é delas o papel mais importante no processo. Elas são protagonistas da sua saúde”, analisa.
Prescrição x indicação
Quando falamos em prescrição de dispositivos de Tecnologia Assistiva, estamos nos referindo ao modelo médico. Neste modelo, consideramos que o médico, o fisioterapeuta ou o terapeuta ocupacional são os únicos detentores do saber e que eles sabem o que o cliente precisa e prescrevem um dispositivo.
No Modelo Biopsicossocial, adotamos a ideia de indicação. “Quando falamos em indicação, estamos considerando um processo feito juntamente com o usuário. Ele experimenta o dispositivo, seu uso é discutido e a conclusão é feita de forma conjunta. O Modelo Biopsicossocial considera vários fatores da vida dessa pessoa para poder entender quem é esse sujeito e as dificuldades pelas quais ele passa. Fatores ambientais, estruturas do corpo, questões emocionais, sua participação nas atividades. Então, enxergamos esse ser como um sujeito desejante do seu fazer”, explica Cristina.
Esse modelo de atenção em saúde traz aos profissionais a possibilidade de reconstrução de significados a respeito de si, do outro e do mundo incluindo, também, significados sobre saúde, doença, qualidade de vida e autonomia. Para se trabalhar com esta metodologia, é preciso olhar a pessoa para além da doença que ela apresenta, considerando o conhecimento que possui sobre si mesma, sobre o adoecer e a saúde. É necessário também a criação de um espaço relacional que vá além do saber-fazer científico/tecnológico. E é preciso estar preparado para enormes gratificações, pois cuidar de pessoas traz um bem imensamente maior do que cuidar de doenças.
Quer saber mais sobre como a Tecnologia Assistiva pode empoderar as pessoas? Você é nosso convidado a participar gratuitamente de nosso Webinar. Clique aqui e tenha acesso ao conteúdo. Vamos construir coletivamente novas formas de encarar a saúde?
Quer receber mais conteúdos como este? Inscreva-se em nossa newsletter.
Você receberá uma resposta em breve.
Deixe um comentário