Gestão responsável

Olhar para comunidade: Desenvolvimento do mercado local pelo bem-estar econômico e social

Publicado em: 22 de dezembro de 2021

Tempo estimado de leitura: 6 minutos

Por: Paes.digital

O que ganhamos quando nossa comunidade está fortalecida? Acompanhe este blog e descubra.

Com o avanço da globalização, consumir de empresas multinacionais tornou-se algo completamente comum. Muitas vezes isso é o que faz com que a população tenha acesso a determinados produtos que antes eram inacessíveis.

No primeiro momento, essa relação pode parecer muito vantajosa. Mas existe algo que perdemos quando não fortalecemos o mercado local. Para dar conta da complexidade do assunto, desenvolvemos este blog. Acompanhe.

 

Quais os impactos de um consumo inconsciente?

Nos modelos de produção e consumo vigentes na economia, por vezes somos direcionados a pensar que inovação e futuro estão diretamente relacionados com facilidade de acesso à tecnologia e ao que queremos ou precisamos no momento. Melhor ainda se custar pouco.

Algumas dessas coisas, na verdade, custam muito. É por isso que inovação na indústria hoje é mais do que realidade virtual, impressão 3D, smart grid ou big data.

O futuro pode até ser tecnológico, mas apesar de toda a sofisticação das super novidades — que surgem para incentivar o consumo desenfreado de objetos que se tornam obsoletos com muita rapidez — há um lado que nunca aparece nas notícias sobre inovação.

O lado que custa caro porque causa impactos como:

  • falta de alimentos
  • falta de moradia e emprego nas cidades
  • poluição
  • desigualdade social
  • exploração indevida

E também, é claro, esgotamento em um planeta com recursos escassos e necessidades humanas ilimitadas.

 

O que ganhamos quando a comunidade está fortalecida?

Para Breno Renato Strussmann, a principal relevância em desenvolver o mercado local são as questões que denominamos como humano-econômico-sócio-ambientais, a partir de um olhar de mundo biocêntrico.

“Ou seja, cada um destes elementos com uma visão sistêmica e interconectada entre si, e que possa contribuir com a geração de renda local, o intra e o empreendedorismo, o estímulo ao desenvolvimento de diferentes stakeholders, a diminuição da pegada de carbono em substituição aos produtos e insumos importados ou nacionais, a possibilidade de interação e relacionamento mais próximos, parcerias e alianças mais próximas à cultura local – como o local para o local”, explica Strussmann.

Conforme Strussmann, ganhamos com interação, através da sustentação de espaços de confiança  e engajamento. A qualificação e a aprendizagem cooperada e colaborativa das pessoas também é um ganho enorme.

O desenvolvimento de seus talentos e negócios, diminuindo os riscos e a dependência de influenciadores externos ou desconhecidos, assim como contribuindo com as questões ambientais.

 

Leia também: Cocriar um mundo melhor: entenda a importância de consumir alimentos orgânicos”

 

Como incentivar o mercado local?

Strussmann nos diz que é preciso buscar o envolvimento da comunidade através de dinâmicas e espaços colaborativos e participativos.

O objetivo deve ser identificar quais seriam as iniciativas que poderiam mobilizar diferentes atores na mobilização e estímulo ao engajamento local.

Há também ações cotidianas que podem ser feitas para incentivar o mercado local, como: 

  • procurar o produto de que você precisa, primeiro, nos comércios próximos
  • divulgar pequenos negócios nas redes
  • pesquisar sobre as empresas, se trabalha com produtos locais ou estrangeiros
  • conversar sobre o assunto com quem você convive

Investir em relações produtivas locais, que sejam mais justas, é uma forma de impulsionar a geração de trabalho e renda, e por consequência, a redistribuição de riquezas e a redução de desigualdades sociais.

 

Qual a relação da Mercur com a temática?

A ideia da Mercur — que há cerca de uma década iniciou um processo de transição em seu modelo de atuação — é valorizar e incentivar a produção e economia locais, proporcionar geração de empregos, espaços de aprendizagem aos trabalhadores, criar novas ocupações, produtos e serviços que agreguem valor à cadeia produtiva.

“Faz parte do posicionamento da organização, inerente à sua cultura, bem como dos seus macrodesafios e iniciativas no olhar presente e futuro: cocriar um mundo de um jeito bom para todo o mundo”, sinaliza Strussmann.

Jorge Hoelzel, facilitador da Mercur, diz que a redução das exportações e importações tem a ver com a possibilidade de investir mais energia nas comunidades, onde se está mais próximo física e culturalmente.

“Além disso, entendemos que as emissões de gases de efeito estufa nestas operações prejudicam demais o meio ambiente, a menos que um produto ou serviço seja muito necessário e não possa ser obtido de outra forma”, explica.

Para ele, ao se investir em relações produtivas locais, promove-se o desenvolvimento local em todas as suas instâncias.

Isso também diminui sensivelmente os impactos negativos das externalidades, que são situações desconhecidas até o momento; ou desconsideradas, em função do olhar equivocado de que os ganhos econômico-financeiros resolvem qualquer problema.

 

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