Como promover inclusão no ambiente escolar?
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Entenda mais sobre o papel da escola e dos pais no processo de adaptação de crianças e adolescentes no espectro autista
Promover um ambiente inclusivo para crianças e adolescentes nas escolas tem sido uma pauta debatida com frequência, mas, por muito tempo, foi negligenciada. Há alguns anos, não se pensava nas necessidades individuais de cada criança e como isso promoveria o desenvolvimento intelectual e social ainda na infância, sobretudo das crianças que se incluem no espectro autista.
Em 2015, foi aprovada a Lei Brasileira de Inclusão, que visa a promover um espaço seguro e preparado para o desenvolvimento de crianças e adolescentes com diversidade funcional ou necessidades educacionais especiais.
A primeira menção dessas ideias em uma lei foi em 1961. Porém, tratava o tema de maneira rasa e usando termos que estão em desacordo com os direitos fundamentais das pessoas com deficiência.
Como realizar a inclusão de crianças dentro do ambiente escolar?
De acordo com a psicóloga e neurocientista Mayra Gaiato, os desafios enfrentados, principalmente por estudantes com grau de autismo são muitos. Mas ela explica que isso não é um limitador para o aprendizado.
“Eles não são incapazes. Muitos não têm dificuldade de aprendizagem, mas eles têm dificuldade na comunicação social, sobretudo na comunicação receptiva. Ou seja, em como as informações são interpretadas pelo cérebro deles, porque é um cérebro que tem dificuldade com questões que estão nas entrelinhas dos discursos e dos textos, com frases de duplo sentido, por exemplo”, explica.
Mayra detalha que o uso de materiais mais concretos, de preferência também visuais, são importantes para a inclusão de pessoas com grau de autismo. Na visão da psicóloga, é necessário que o ambiente escolar tenha pessoas capacitadas para entender o cérebro autista para conseguir usar uma linguagem adaptada e receptiva, e também entender a linguagem expressiva dos estudantes, realizando adaptações de materiais pedagógicos.
“Eles têm uma necessidade de adaptação de material para tirar os distratores, porque isso diminui a atenção deles ao foco principal”, completa.
Quais são as adaptações necessárias para inclusão nas escolas?
Toda criança e adolescente tem direito ao ensino e a ser integrado à sociedade. Porém, é preciso pensar em metodologias de ensino individualizadas que se adaptam à necessidade de cada estudante. Para isso, existem os planos individualizados de ensino.
“Todos os estudantes têm direito a esse plano individualizado de ensino e ele é feito a partir das habilidades que essa criança tem, junto com o material que a escola precisa cumprir, de etapas para serem concluídas no planejamento do ano. Porém, esse material é mais adaptado à realidade daquela criança. Assim, se vê o que é funcional para ela, o que ela vai usar na vida dela, qual é a dificuldade que ela tem. Se ela tem dificuldade de aprendizagem, ela precisa de adaptação que diminua o nível de dificuldade, ou ela consegue o mesmo nível de dificuldade, só que só adaptando texto e eliminando distratores”, afirma Mayra.
Como pais e professores promovem a inclusão?
O trabalho em conjunto é a chave para que a adaptação e a inclusão do estudante ocorra de maneira efetiva e, ao mesmo tempo, respeite as necessidades e o bem-estar da criança ou adolescente.
Segundo a psicóloga e neurocientista, no primeiro momento é importante que os pais conversem com a direção da escola sobre os desafios que a criança enfrenta, pois cada uma é diferente e possui suas especificidades. Além disso, é necessário que os pais ouçam com atenção o que os professores trazem sobre o dia a dia da criança dentro do ambiente escolar.
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“Produtos que promovem autonomia para os usuários são fundamentais por várias razões: promovem um senso de empoderamento e confiança, além da independência dos usuários, e permitem que as pessoas assumam o controle de suas atividades diárias, sejam elas relacionadas à higiene, alimentação, autocuidado, lazer e trabalho”, afirma a fisioterapeuta da Mercur Caroline Schwingel Wagner.
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