Olhar para comunidade: Desenvolvimento do mercado local pelo bem-estar econômico e social
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O que ganhamos quando nossa comunidade está fortalecida? Acompanhe este blog e descubra.
Com o avanço da globalização, consumir de empresas multinacionais tornou-se algo completamente comum. Muitas vezes isso é o que faz com que a população tenha acesso a determinados produtos que antes eram inacessíveis.
No primeiro momento, essa relação pode parecer muito vantajosa. Mas existe algo que perdemos quando não fortalecemos o mercado local. Para dar conta da complexidade do assunto, desenvolvemos este blog. Acompanhe.
Quais os impactos de um consumo inconsciente?
Nos modelos de produção e consumo vigentes na economia, por vezes somos direcionados a pensar que inovação e futuro estão diretamente relacionados com facilidade de acesso à tecnologia e ao que queremos ou precisamos no momento. Melhor ainda se custar pouco.
Algumas dessas coisas, na verdade, custam muito. É por isso que inovação na indústria hoje é mais do que realidade virtual, impressão 3D, smart grid ou big data.
O futuro pode até ser tecnológico, mas apesar de toda a sofisticação das super novidades — que surgem para incentivar o consumo desenfreado de objetos que se tornam obsoletos com muita rapidez — há um lado que nunca aparece nas notícias sobre inovação.
O lado que custa caro porque causa impactos como:
- falta de alimentos
- falta de moradia e emprego nas cidades
- poluição
- desigualdade social
- exploração indevida
E também, é claro, esgotamento em um planeta com recursos escassos e necessidades humanas ilimitadas.
O que ganhamos quando a comunidade está fortalecida?
Para Breno Renato Strussmann, a principal relevância em desenvolver o mercado local são as questões que denominamos como humano-econômico-sócio-ambientais, a partir de um olhar de mundo biocêntrico.
“Ou seja, cada um destes elementos com uma visão sistêmica e interconectada entre si, e que possa contribuir com a geração de renda local, o intra e o empreendedorismo, o estímulo ao desenvolvimento de diferentes stakeholders, a diminuição da pegada de carbono em substituição aos produtos e insumos importados ou nacionais, a possibilidade de interação e relacionamento mais próximos, parcerias e alianças mais próximas à cultura local – como o local para o local”, explica Strussmann.
Conforme Strussmann, ganhamos com interação, através da sustentação de espaços de confiança e engajamento. A qualificação e a aprendizagem cooperada e colaborativa das pessoas também é um ganho enorme.
O desenvolvimento de seus talentos e negócios, diminuindo os riscos e a dependência de influenciadores externos ou desconhecidos, assim como contribuindo com as questões ambientais.
Leia também: “Cocriar um mundo melhor: entenda a importância de consumir alimentos orgânicos”
Como incentivar o mercado local?
Strussmann nos diz que é preciso buscar o envolvimento da comunidade através de dinâmicas e espaços colaborativos e participativos.
O objetivo deve ser identificar quais seriam as iniciativas que poderiam mobilizar diferentes atores na mobilização e estímulo ao engajamento local.
Há também ações cotidianas que podem ser feitas para incentivar o mercado local, como:
- procurar o produto de que você precisa, primeiro, nos comércios próximos
- divulgar pequenos negócios nas redes
- pesquisar sobre as empresas, se trabalha com produtos locais ou estrangeiros
- conversar sobre o assunto com quem você convive
Investir em relações produtivas locais, que sejam mais justas, é uma forma de impulsionar a geração de trabalho e renda, e por consequência, a redistribuição de riquezas e a redução de desigualdades sociais.
Qual a relação da Mercur com a temática?
A ideia da Mercur — que há cerca de uma década iniciou um processo de transição em seu modelo de atuação — é valorizar e incentivar a produção e economia locais, proporcionar geração de empregos, espaços de aprendizagem aos trabalhadores, criar novas ocupações, produtos e serviços que agreguem valor à cadeia produtiva.
“Faz parte do posicionamento da organização, inerente à sua cultura, bem como dos seus macrodesafios e iniciativas no olhar presente e futuro: cocriar um mundo de um jeito bom para todo o mundo”, sinaliza Strussmann.
Jorge Hoelzel, facilitador da Mercur, diz que a redução das exportações e importações tem a ver com a possibilidade de investir mais energia nas comunidades, onde se está mais próximo física e culturalmente.
“Além disso, entendemos que as emissões de gases de efeito estufa nestas operações prejudicam demais o meio ambiente, a menos que um produto ou serviço seja muito necessário e não possa ser obtido de outra forma”, explica.
Para ele, ao se investir em relações produtivas locais, promove-se o desenvolvimento local em todas as suas instâncias.
Isso também diminui sensivelmente os impactos negativos das externalidades, que são situações desconhecidas até o momento; ou desconsideradas, em função do olhar equivocado de que os ganhos econômico-financeiros resolvem qualquer problema.
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