Educação

Renda extra: mulheres usam borrachas para restaurar livros didáticos

Publicado em: 28 de fevereiro de 2024

Tempo estimado de leitura: 4 minutos

Por: Arquipélago

Livros usados ganham nova vida através da restauração, transformando esse trabalho em fonte de renda.

Um dos maiores desafios dos pais é a compra de livros escolares. Normalmente, eles são trocados anualmente, acompanhando o desenvolvimento da criança na escola. Item essencial para os estudos, adquirir livros didáticos é também um desafio para o bolso de pais e responsáveis.

Como alternativa, muitos incentivam a reutilização de livros escolares. Dentro das escolas, há grupos de pais que realizam a troca de livros, buscando um alívio para o bolso. Porém, muitas vezes esses livros vêm rabiscados e com anotações, e o uso das borrachas vira um instrumento essencial para dar uma nova vida a esses materiais.

 

Uma ideia, borrachas e mãos à obra

Esta foi a oportunidade que Yoneda Aires Sampaio, de 46 anos, viu ao perceber que muitos pais não tinham tempo de apagar os livros usados que adquiriram para os filhos. Durante um tratamento de câncer, ela enxergou na restauração de livros uma possibilidade de renda, e já realiza esse trabalho há cinco anos. Formada em pedagogia e enfermagem, ela realiza esse trabalho sozinha.

“O processo de restauração leva de três a quatro dias em um único livro, depende da quantidade de coisas escritas. Em cada livro utilizo cerca de cinco a oito borrachas”, afirma Yoneda.

A Mercur realizou a doação de cinco caixas de borracha de apagar ao projeto, como forma de incentivar a atividade e fomentar a sustentabilidade e reutilização de materiais.

 

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Borrachas e responsabilidade

Foi ouvindo a sugestão de um familiar que a estudante do ensino médio Laura Louzada Ribeiro, de 16 anos, começou a realizar a restauração de livros durante as férias escolares. A estudante, que também utiliza livros usados no dia a dia escolar, realiza a atividade desde novembro do ano passado.

 

Imagem de uma mulher sentada apagando um livro com uma borracha, que está sobre uma mesa. Ela está sorrindo.

Laura usa cerca de uma a três borrachas, dependendo do tamanho da obra e da quantidade de exemplares. #PraCegoVer #PraTodosVerem Imagem de uma mulher sentada apagando um livro com uma borracha, que está sobre uma mesa. Ela está sorrindo.

 

Laura conta que apagou cerca de 30 livros. Para isso, usa cerca de uma a três borrachas, dependendo do tamanho da obra e da quantidade de exemplares. Com o boca a boca, a demanda foi aumentando e a jovem precisou terceirizar uma parte da atividade. Hoje, ela conta com uma ajudante, com quem divide o que recebe pelo trabalho.

“Essa atividade, para alguém da minha idade, é importante porque, além da renda extra, também se aprende a lidar com dinheiro, ter responsabilidades. De certa forma, eu tenho responsabilidade com os clientes e com a pessoa que me ajuda”, afirma Laura.

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Um século junto ao aprendizado

Não é incomum ver familiares que, em épocas diferentes, usaram e usam os materiais escolares, principalmente a borracha de apagar da Mercur. As borrachas foram idealizadas há quase 100 anos pelos fundadores da Mercur, os irmãos Hoelzel. Eles viram uma oportunidade a partir de um problema constante: colar lascas de borrachas de pneus.

Hoje, a Mercur não utiliza mais a borracha para este fim e busca constantemente trabalhar com materiais renováveis. Por isso, parte das borrachas naturais da Mercur são feitas a partir do látex das seringueiras da Floresta Amazônica, uma matéria-prima renovável. Para isso, a empresa implementou o Projeto Borracha Nativa, em parceria com o Origens Brasil, que apoia comunidades extrativistas do Pará e incentiva o desenvolvimento local e a preservação do meio ambiente. A Mercur foi a primeira empresa brasileira a firmar um contrato de compra de borracha natural com associações de ribeirinhos da região, zelando pela sustentabilidade na ponta da cadeia de produção.

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