

O Projeto
A Mercur adquire borracha natural de árvores nativas da Amazônia por meio de seringueiros que vivem em duas áreas protegidas: Reserva Extrativista Rio Iriri e Terra Indígena Xipaya, localizadas no município de Altamira – Pará. Esta matéria-prima é utilizada em parte dos produtos da empresa.
Esta ação faz parte do projeto Borracha Nativa, que tem como objetivo contribuir para a preservação da cultura dos povos da floresta e a consolidação das reservas extrativistas e terras indígenas por meio do estímulo à retomada da produção e comercialização da borracha natural.
A partir da iniciativa, queremos manter um modelo de comercialização focado na remuneração justa, além de auxiliar a melhorar a infraestrutura local e aprimorar os processos extrativistas.
Queremos também valorizar o trabalho das populações tradicionais da floresta, o que é merecido devido ao serviço que prestam ao planeta, além de fazer com que sejam vistos, reconhecidos e retomem seus direitos como cidadãos na nossa sociedade.
>>> Como a demanda de látex da Mercur é maior que a capacidade de produção dos extrativistas, a empresa também adquire borracha natural de outras regiões do país.
Conheça os produtos que utilizam borracha nativa em parte da sua produção:
Trajetória
Quando iniciamos nossas atividades, em 1924, a maior parte da borracha utilizada na elaboração dos nossos produtos era proveniente da Amazônia. Com o passar do tempo, o látex, que antes era coletado na floresta, passou a perder lugar para os seringais de cultivo, espalhados em outras regiões do Brasil e inclusive em outros países tropicais. A grande diferença entre essas formas de cultivo e coleta, é que em um mesmo dia, um extrativista na floresta consegue coletar o látex de 150 até 200 Seringueiras, enquanto em um seringal de plantio é possível manejar algo em torno de 900 até 1.200 árvores. Além disso, os seringais cultivados ficam em locais de fácil acesso, favorecendo sua distribuição, diferente da produção feita pelos povos da floresta, que podem estar a dias de distância da cidade mais próxima. Tudo isso fez com que a borracha nativa da Amazônia fosse ficando esquecida e perdendo o espaço que havia conquistado no cenário internacional, principalmente nos primeiros anos do século XIX.
Em 2009, durante o processo de virada de chave da Mercur, notamos que além de fazer a diferença por meio dos produtos e soluções que criamos com as pessoas, também poderíamos fazer a diferença tendo um olhar mais atento para as matérias-primas que utilizamos em nossos processos. Com isso, fomos entender um pouco mais da cadeia da borracha e relembramos a história dos extrativistas e o seu papel para a conservação da floresta.
Em 2010 ocorreu nossa primeira compra de borracha nativa dos seringueiros da Terra do Meio, foram 2 toneladas.
A opção de comprar dos extrativistas e indígenas vai além da visão puramente lucrativa. Apostamos em uma estratégia de longo prazo, onde o que conta é a floresta em pé e o modo de vida das populações tradicionais que ajudam a conservá-la. Queremos proporcionar geração de renda para as comunidades locais através da retomada da produção e consequente comercialização da borracha natural pelos seringueiros, em local cuja cultura estava se extinguindo, além de aprendizado e experiências à organização. Para a Mercur, o valor da extração do látex é muito maior do que o que resulta como produto final. Ele deve contemplar e valorizar os serviços ambientais prestados pelos extrativistas, agricultores familiares e povos indígenas.

Linha
do Tempo
Nossos parceiros
Desde 2010 temos o apoio de uma rede de parceiros que foram essenciais para retomar o nosso trabalho na Amazônia e nos conectar com as comunidades pertencentes às Reservas Extrativistas (Resex) da Terra do Meio. Essa rede nos ajuda a superar várias adversidades como comunicação com os extrativistas, agricultores familiares e indígenas, logística, organização social e assistência técnica.
Alguns desses parceiros são o Instituto Socioambiental (ISA) e do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (IMAFLORA), que são organizações não governamentais que fazem o importante e responsável trabalho de mapear e conectar os povos guardiões da floresta com as empresas, que também estão buscando garantir a permanência e subsistência deles nos territórios. O encontro com essas ONGs foi possível por meio da nossa relação com a AMCE. Outro parceiro que nos auxilia é a empresa QR Borrachas Quirino, localizada no estado de São Paulo, que realiza o processo de transformação da borracha para uso industrial.

Os extrativistas são chamados de guardiões da floresta, já que vivem em harmonia com a natureza, sem precisar desmatar ou destruir, além de proteger o espaço da invasão de grileiros e madeireiros.
Selo Origens Brasil®
Entendemos a importância de dar visibilidade aos povos destas comunidades no sentido de expandir a capacidade de construção de práticas e parcerias que contribuam para ampliar os objetivos do projeto Borracha Natural.
Por isso, apoiamos a iniciativa Origens Brasil®, criada em 2016, que tem como objetivo dar mais transparência às cadeias de produtos que vem da Floresta Amazônica e para ajudar os consumidores a identificarem empresas e produtos que valorizam e respeitam, em suas práticas comerciais, os Territórios de Diversidade Socioambiental, como o Xingu.
Através do selo Origens Brasil® é possível conhecer quem produz, a história e origem dos produtos consumidos. O selo garante que o látex foi extraído de forma sustentável, por gente que sabe fazer o manejo da árvore sem machucá-la. É uma forma de levar os valores de preservação da floresta e toda história dos povos que vivem dela, para as pessoas que vivem longe e não conhecem.
Floresta em pé
A avaliação das relações entre produtores e empresas é central para a promoção do comércio ético. Por isso, a rede Origens Brasil® disponibiliza anualmente, um compilado dos resultados da relação com as empresas, instituições de apoio e comunidades.