Gestão responsável

10 anos de aprendizados e trocas com os povos da floresta

Publicado em: 21 de janeiro de 2021

Tempo estimado de leitura: 5 minutos

Por: Engaje! Assessoria de Imprensa

Comércio justo de borracha natural tem gerado aprendizados mútuos para a Mercur e povos da floresta.

Há 10 anos a Mercur desenvolve o projeto Borracha Nativa para contribuir com a conservação da Floresta Amazônica e garantir o sustento dos seus povos. Realizado por meio de parcerias com ONGs e comunidades indígenas e ribeirinhas, garante a compra de borracha natural produzida em quatro territórios: Reserva Extrativista Rio XinguReserva Extrativista Riozinho do AnfrísioReserva Extrativista Rio Iriri e Terra Indígena Xipaya. Neste tempo de projeto, muito além de uma parceria comercial, a empresa tem desenvolvido com essas comunidades uma relação permeada por trocas e aprendizados mútuos.

 

Dois homens sentados em um banco de madeira, um com um microfone nas mãos, estão de frente para um grande grupo de pessoas que os ouvem com atenção.

As visitas à floresta para a Semana do Extrativismo são marcada pelas rodas de conversas entre produtores, cantineiros e empresas compradoras. Esses momentos são de negociações, trocas de informações e intenções entre as partes. Na foto, participam da roda de conversa Pedro Pereira de Castro, cantineiro da localidade de Paulo Afonso, no Riozinho do Anfrísio ao lado de Jorge Hoelzel, facilitador da Mercur. #PraCegoVer Dois homens sentados em um banco de madeira, um com um microfone nas mãos, estão de frente para um grande grupo de pessoas que os ouvem com atenção. Foto: Lilo Clareto/ISA

 

Ao longo do tempo, a organização tem auxiliado os extrativistas, comunidades indígenas e agricultores familiares a melhorarem seus processos produtivos e desenvolverem novos produtos. Esses processos buscam interferir o mínimo possível nas comunidades, sua forma de vida e na conservação da floresta.

“São tomados diversos cuidados para que o contato com as comunidades tradicionais não venha a prejudicar a cultura local ou incentivar atividades que não contribuam para manter a floresta em pé”, explica Mateus Szarblewski, químico da Mercur. “O primeiro passo começa pela criação conjunta de tecnologias considerando os recursos e formas de fazer locais. Tomamos sempre o cuidado para não ‘industrializar’ a floresta, mantendo o entendimento que a cultura, a forma de fazer local e a possibilidade dos povos tradicionais manterem sua forma de vida ao lado da floresta são os principais resultados do projeto, ficando na frente, até mesmo, da quantidade de borracha produzida”, ressalta. 

Os extrativistas também têm ensinado muito a organização e seus colaboradores.

“Como empresa, temos aprendido muito. Aprendemos a cocriar tecnologia baseada nas necessidades e possibilidades locais, aprendemos a construir relacionamentos baseados em questões humanas, e ainda temos muito a aprender em busca da construção de um mundo que possa ser bom para todo o mundo”, destaca o facilitador da Mercur Jorge Hoezel. 

Conhecer a sabedoria dos povos da floresta também tem sido uma oportunidade única para a empresa que tem ampliado a sua capacidade de ouvir“Muitas vezes ficamos por horas escutando os extrativistas falar, na linguagem deles, sobre a química, física e biologia da floresta”, explica Szarblewski. Para ele, as falas são permeadas por conhecimentos ancestrais.

“Percebemos elementos que remontam a seus antepassados, transmitidos por gerações pela observação ativa e diálogos, o que constrói a sabedoria desses povos. Essa sabedoria, se encontra de forma prática nos ritos e costumes, no conhecimento dos ciclos naturais, na culinária, nos estilos de construção e muitas outras formas”, ressalta.

E é apostando nas trocas constantes e aprendizados mútuos que a Mercur e os extrativistas pretendem fortalecer ainda mais o projeto.

“Juntos, temos construído um projeto que mostra uma grande possibilidade de transformar a Terra do Meio num exemplo de prosperidade humana, econômica e socioambiental. A partir de uma visão de justiça humana, fomos conduzidos pelas organizações locais a construir relacionamentos verdadeiros de valor compartilhado com benefícios para todos os públicos”, analisa Hoelzel. 

 

Várias pessoas estão sentadas próximas em bancos de madeira. Duas mulheres do grupo estão usando óculos de realidade virtual.

A diferenças culturais fazem com que os encontros sejam momentos ricos na troca de conhecimentos e experiências. #PraCegoVer Várias pessoas estão sentadas próximas em bancos de madeira. Duas mulheres do grupo estão usando óculos de realidade virtual. Foto: Lilo Clareto/ISA

 

Para ele, o resultado desse processo é uma troca comercial que tem um valor que vai além do dinheiro.

“Quando compramos um quilo de borracha de regiões extrativistas, estamos comprando muito mais que borracha, estamos pagando por um serviço ambiental de conservação das florestas e biodiversidade prestado por esses povos tradicionais. Este pagamento é devido por toda a humanidade, uma vez que estes serviços ambientais beneficiam o planeta como um todo”, destaca.

Assim, nos próximos 10 anos a organização pretende ampliar cada vez mais a participação de borracha natural amazônica como matéria-prima, expandir o projeto para outras comunidades extrativistas, ajudar na construção de novas parcerias que visem aumentar a produção e o consumo desse insumo e incentivar estudos para novos usos. 

Gostou desta publicação?
Compartilhe com seus amigos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Assine a nossa Newsletter