Saúde

Cuidados durante a amamentação

Publicado em: 2 de agosto de 2022

Tempo estimado de leitura: 17 minutos

Por: Maré – Marca e Conteúdo

O período da amamentação oferece benefícios, mas pode gerar muitas dúvidas, principalmente quem está gestando pela primeira vez.

Neste texto, você vai ler sobre:

 

  • Importância e benefícios da amamentação
  • Cuidados com a alimentação durante o período da amamentação

Depois do nascimento do bebê, entre algumas das dúvidas que surgem com relação aos pequenos, as que envolvem a amamentação são bastante comuns. Isso é completamente normal, afinal, é uma fase de muitas descobertas.

Durante os seis primeiros meses de vida, o leite materno é o único alimento necessário para os bebês. Toda a água e os nutrientes estão presentes no leite da mãe, não sendo indicado nenhum outro alimento neste período.

Por conta disso, alguns cuidados precisam ser tomados. Vamos falar sobre eles no decorrer deste texto, que foi construído sob a revisão e orientação da pediatra Clarissa Aires Roza, que possui doutorado em Pediatria e Saúde da Criança e é Consultora Internacional de Lactação pelo IBLCE.

Primeiro, vamos explicar um pouco sobre a importância da amamentação.

A importância da amamentação para o bebê 

O leite materno é um alimento rico em nutrientes que são fundamentais para que os bebês cresçam fortes e saudáveis. Além disso, ele possui células de defesa do organismo, os anticorpos. O leite materno é considerado a “primeira vacina” do bebê e esse é um dos motivos dele ser um alimento padrão ouro.

Além disso, é um alimento de fácil digestão, pois as proteínas já estão prontas para serem digeridas, não sendo necessário esforço. Isso faz com que o intestino do bebê funcione bem, com diminuição no risco de sobrepeso, obesidade e outras doenças no futuro.

O aleitamento materno protege ainda contra doenças como diarréias, infecções respiratórias e alergias. Ele também contribui para redução no risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes.

E não é só isso não. Confira abaixo uma lista de outros benefícios da amamentação:

  • protege contra leucemia na infância;
  • diminui bastante o risco de Síndrome da Morte Súbita do lactente;
  • promove apego seguro e vínculo;
  • é sustentável, auxiliando na saúde do meio ambiente;
  • aumenta a inteligência;
  • diminui o risco de câncer de mama, endométrio e ovário na mãe.

Todos esses benefícios são mais evidentes quanto mais prolongado for o aleitamento materno.

Assim, nos primeiros meses de vida, o leite materno é realmente o melhor alimento para a criança. Após os 6 meses, já há a necessidade de introduzir outros alimentos saudáveis. Todavia, a amamentação deve e pode ser prolongada até os dois anos de idade ou mais.

Os benefícios da amamentação para a mãe

Durante a amamentação, os hormônios da mãe estão se reorganizando e, também, as emoções tornam-se gigantescas e sensíveis. Contudo, aproveitar essa etapa pode trazer muitos benefícios. 

A amamentação, por exemplo, torna a perda de peso mais rápida após o parto, além de contribuir para que o útero volte ao tamanho normal, o que ajuda a diminuir os riscos de anemia e hemorragia.

Além disso, amamentar o bebê também reduz o risco de diabetes, assim como o desenvolvimento de câncer de mama e ovário.

Em situações nas quais não puder amamentar o bebê durante o dia, ou quando há uma produção excessiva de leite, a mulher pode retirar o leite materno com o auxílio de uma bomba extratora, sempre sob orientação de um pediatra especialista em amamentação ou consultor de lactação da área da saúde.

Cuidados com a saúde para amamentar

Cuidar o que come é muito importante para não interferir na qualidade do leite materno.

Por isso, tenha uma alimentação rica e variada, repleta de frutas, cereais integrais, legumes e verduras. Afinal, a amamentação consome muitas calorias.

Porém, fique tranquila: pode consumir qualquer alimento, mesmo não sendo tão saudável – desde que seja em pouca quantidade e eventual.

Não há restrição na alimentação da pessoa que amamenta, desde que o bebê seja saudável e esteja em acompanhamento pediátrico de rotina.

Não há na literatura dados que comprovem a ligação de alimentos como feijão, tomate e chocolate no aparecimento de cólicas nos bebês. No entanto, quanto mais saudável for a dieta da mãe, melhor – e, caso consuma alimentos estimulantes, evite o período da tardinha e da noite.

Quem amamenta também deve ingerir água com frequência. Outro ponto importante é manter os cuidados do período da gestação, evitando cigarros e bebidas alcoólicas, pois essas substâncias interferem no leite materno, afetando o bebê.

De acordo com a ABM (Academy ou Breastfeeding), após o primeiro mês de vida, é possível, caso seja desejo da mãe, consumir quantidade pequena de bebida alcoólica (máximo 2 doses-padrão OMS), desde que não amamente o bebê nas duas horas subsequentes ao consumo.

Vale lembrar que esse consumo precisa ser orientado pelo pediatra e que a criança necessita de cuidadores que não tenham ingerido nenhuma quantidade de bebida.

Sendo assim, se a mãe ingerir, mesmo que uma pequena quantidade de álcool, não poderá ser responsável por cuidar e garantir a segurança do bebê naquele período.

Preste atenção também nos remédios que você vai tomar. Muitos medicamentos podem afetar o leite materno. Por esse motivo, é essencial tomar muito cuidado e só se medicar sob prescrição médica.

Não use nada em suas mamas, a menos que seja recomendação médica.

Há muito tempo que o uso rotineiro de pomadas de lanolina, exposição solar, buchas ou abrasivos, conchas de amamentação, não são mais recomendados – e podem, inclusive, prejudicar a amamentação.

Por último, mas não menos importante: descanse sempre que possível, e faça coisas que lhe tragam sensação de bem-estar. Certifique-se de ter uma rede de apoio que realmente apoie seu momento e a amamentação.

Cuidados com o bebê na amamentação

Algumas dicas: 

  • Saiba se o bebê está com fome: alguns sinais que ajudam a identificar são quando eles procuram o mamilo, chupam o dedo, choram ou ficam inquietos. 
  • Menos regras: se o bebê está saudável, evacuando ao menos 1x ao dia, urinando adequadamente e ganhando peso, não há intervalo definido entre as mamadas, nem tempo de estar no seio. Procure oferecer os dois seios na mesma mamada e amamentar sempre que julgar necessário, pois o recomendado é livre demanda.
  • Fique confortável para amamentar: o ambiente deve estar calmo. Evite pessoas dando pitacos e fique em uma posição confortável. Lembre-se de colocar ao seu redor tudo que vai precisar, como, por exemplo, copo de água, livro para ler, controle da TV.
  • Verifique se o bebê está conseguindo mamar: preste atenção se o queixo está tocando a mama e se o nariz está livre para respirar. Veja se a boca está aberta e se ele consegue intercalar sucções nutritivas (quando bebê engole, elas costumam ser mais demoradas) e sucções não nutritivas (o famoso chupetar: sucções rápidas em que o bebê não engole leite, mas que são essenciais para o vínculo e para produção de leite).

Verificar esses pontos é importante para que a alimentação seja suficiente e para que os mamilos não fiquem machucados.

Para saber se ele mamou o suficiente, veja se as mamas diminuem um pouco o volume e se a sucção vai ficando mais lenta até que o bebê fique totalmente relaxado. 

Apoio é fundamental

Para que este período seja especial é preciso dedicação, paciência, apoio do companheiro (a), dos familiares, muita informação e uma rede de apoio profissional que, de fato, entenda e apoie o aleitamento.

Lembre-se que você é capaz, alinhe suas expectativas à sua realidade e saiba que, por vezes, a fórmula se faz necessária para complementação por um período, até mesmo para proteger o aleitamento.

E caso você, mesmo com todo apoio, não consiga ou não queira amamentar, jamais se sinta menos mãe. Cada um tem sua história na amamentação e o aleitamento é uma das formas mais lindas de amar, mas com certeza não é a única.

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