Saiba o que é o método biopsicossocial na saúde
Tempo estimado de leitura: 9 minutos
Empoderar pessoas que passam por tratamentos de saúde permite uma melhor qualidade de vida.
Neste texto você vai encontrar:
- O que é o conceito biopsicossocial na saúde
- Como ter um olhar mais humanizado para saúde
- Adesão de método biopsicossocial na saúde
- Pacientes cocriando na saúde
Tradicionalmente, o “paciente” é diagnosticado e recebe a prescrição de um protocolo pronto de tratamento, e fim da consulta.
Mas, essa perspectiva pode ser diferente quando falamos de um conceito biopsicossocial, onde passamos a ver o “paciente” enquanto uma pessoa que vive um determinado contexto.
Mudar esta simples expressão “paciente” para “pessoa” pode parecer algo pequeno, mas é uma nova forma de encarar os processos de cura e tratamento.
O que é o conceito biopsicossocial da saúde?
O principal aspecto desta visão é que, quando somos colocados como protagonistas de nossa saúde, aderimos melhor aos processos de reabilitação e tratamento.
Consequentemente, os resultados são mais satisfatórios. O usuário sai de uma posição passiva diante da sua saúde e passa a se tornar mais ativo nesse processo, conquistando mais autonomia e maior protagonismo nas tomadas de decisões.
Logo, a responsabilidade passa a ser compartilhada. Assim, não é só o profissional de saúde que fica a frente do tratamento, mas essa pessoa paciente também é empoderada, melhorando sua qualidade de vida.
Um olhar mais humanizado para os tratamentos de saúde
Com esse olhar mais humanizado, as pessoas se sentem colocadas no centro do processo. Conforme Cristina Fank, terapeuta ocupacional, ao colocar o usuário no centro e não a doença, a aderência ao tratamento é sensivelmente melhorada.
“Ele se sente muito mais acolhido, se sente respeitado enquanto sujeito. Sente que o profissional está olhando pra ele com uma empatia muito maior. Isso faz com que o vínculo com o profissional de saúde seja mais efetivo”, analisa a terapeuta.
Adesão ao método biopsicossocial na saúde
A mudança de paradigma na saúde já vem acontecendo. A Organização Mundial de Saúde tem abordado o modelo biopsicossocial há bastante tempo.
O processo de disseminação de informação e conhecimento iniciado pelo avanço da internet acelerou ainda mais essa conscientização. Os próprios pacientes já chegam aos profissionais com uma carga de informações.
“Mas, temos de lembrar que informação é diferente de conhecimento. Então, o papel do profissional é imprescindível nesta jornada. A informação se acha facilmente na internet, mas o mesmo não ocorre com o conhecimento. Acredito que para os profissionais que adotam a abordagem biopsicossocial, muda muito a questão do vínculo terapêutico. A confiança que se estabelece na relação entre o profissional e o seu cliente é enorme. O olhar fica mais empático, a relação se estabelece de outra forma”, avalia Cristina.

Os facilitadores são essenciais para oferecer novas perspectivas para os usuários. #PraCegoVer #PraTodosVerem Uma mulher sentada em frente a uma mesa, com um notebook, sorri olhando para a tela. Ela digita no teclado com o auxílio de fixadores que prendem o lápis com pontas de borracha em cada uma das mãos.
E os ganhos não são apenas do ponto de vista profissional.
“Eu penso que os profissionais da saúde têm muito a ganhar com esse olhar mais humanizado e mais empático. Isso vai além da vida profissional, esta abordagem muda a vida do terapeuta, a forma de enxergar seus pares, seus clientes, o profissional se enxerga fazendo a diferença na vida deles. A gente deixa de olhar apenas para uma doença e tratar apenas um aspecto da vida e conseguimos fazer muito mais diferença na vida dos clientes quando a gente realmente consegue enxergar eles como um todo. No modelo biopsicossocial a pessoa é protagonista no seu processo de saúde. Ela precisa ser escutada, olhada como um ser integral que carrega uma história de vida, composta por diferentes fatores biopsicossociais”, sinaliza a terapeuta.
Pacientes cocriando soluções para a saúde
Não é somente dos profissionais da saúde a responsabilidade em permitir o protagonismo das pessoas pacientes. Eles também devem estar no centro do desenvolvimento de produtos de Tecnologia Assistiva e Inclusão.

Em todos os processos, as pessoas estão no centro. #PraCegoVer #PraTodosVerem Uma adolescente sorridente segura uma escova de dentes com um engrossador multiuso verde. No seu punho e antebraço, uma pulseira de peso permite que ela segure a escova de dentes com firmeza.
“O nosso olhar enquanto uma indústria também mudou a partir da construção deste novo prisma. A gente acabou modificando o nosso processo de desenvolvimento de produtos, porque antes tinha o produto no centro do processo. E agora, com essa mudança do olhar que aconteceu a partir de 2009, passamos a colocar as pessoas no centro do processo. A gente entendeu que elas tinham um papel fundamental. Elas sabem quais são as necessidades que elas têm. Muitas vezes elas têm muito a contribuir com a solução também. Então, a gente entendeu que precisávamos nos aproximar das pessoas para descobrir as suas necessidades e pensar junto com elas as soluções”, finaliza Cristina.
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