Bengala ou muleta: o que usar em cada caso

Bengalas e muletas são recursos que permitem auxílio na locomoção de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, temporária ou não. Porém, muitas pessoas pensam que elas cumprem a mesma função, o que não é verdade. Apesar das semelhanças, cada uma possui questões específicas que são destinadas para tipos diferentes de recuperação ou auxílio.

As bengalas, por exemplo, são usadas para proporcionar estabilidade e equilíbrio, enquanto as muletas são usadas para transferir parte do peso do corpo para os braços oferecendo um suporte mais substancial e são frequentemente usadas por pessoas com lesões mais graves ou dificuldades de locomoção.

Quando as muletas são recomendadas ou não?

De acordo com a fisioterapeuta Amanda Specht, as muletas são indicadas quando há alteração da funcionalidade nas pernas que dificultam ou impedem a capacidade de caminhar normalmente, como fraturas, entorses graves, lesões nos ligamentos ou após cirurgias ortopédicas.

“Elas ajudam a aliviar o peso do corpo sobre a perna afetada, proporcionando suporte e estabilidade durante a recuperação”, afirma.

A muleta não é recomendada nos casos em que a pessoa não possui força suficiente nos braços, o que não torna sua utilização segura. Segundo Specht, pessoas com problemas de coordenação também podem encontrar dificuldades no uso das muletas. Nesses casos, os andadores podem ser uma alternativa mais efetiva e segura na autonomia da locomoção.

“Em certos casos de lesões específicas, como lesões nos ombros, o uso de muletas pode ser contraindicado devido ao potencial de agravar a condição existente”, conclui.

Quando as bengalas são recomendadas ou não?

As bengalas são indicadas para pessoas com dificuldades em caminhar devido a problemas de equilíbrio, fraqueza muscular, lesões nas pernas ou problemas nas articulações.

Segundo a fisioterapeuta, elas ajudam a distribuir o peso do corpo de forma mais uniforme, fornecendo apoio adicional e aumentando a estabilidade durante a locomoção.

Porém, assim como as muletas, existem casos em que as bengalas não são indicadas. Um exemplo trazido pela profissional são pessoas que possuem lesões nas mãos, nos pulsos ou nos braços, que limitam sua capacidade de segurar ou apoiar o peso sobre a bengala.

“Em alguns casos, o uso inadequado da bengala pode levar a uma distribuição desigual do peso corporal, aumentando o risco de quedas ou lesões. Como sempre, é importante consultar um profissional de saúde para determinar se o uso de uma bengala ou de muletas é apropriado para uma situação específica”, explica.

5 dicas para quem usa muletas ou bengalas

A fisioterapeuta Amanda Specht separou cinco orientações para garantir uma experiência segura e eficaz durante o processo de reabilitação:

• Ajuste de altura: certifique-se de que as bengalas ou muletas estejam ajustadas à altura correta, com os punhos posicionados na altura dos quadris quando os braços estão pendurados ao lado do corpo.
• Peso distribuído: distribua o peso do corpo igualmente entre as bengalas ou muletas e as pernas ao caminhar (em casos que possa apoiar os dois membros inferiores) mantendo os cotovelos ligeiramente dobrados ao segurar os dispositivos.
• Movimentos suaves: ao caminhar, mova as bengalas ou muletas à frente de forma suave e controlada, evitando movimentos bruscos que possam comprometer o equilíbrio.
• Superfícies estáveis: cuidado ao caminhar em superfícies escorregadias ou irregulares que possam aumentar o risco de queda. Use calçados adequados para melhorar a tração.
• Foco na postura: mantenha uma postura ereta ao usar as bengalas ou muletas, com o corpo alinhado e o olhar à frente para ajudar no equilíbrio e na estabilidade.

Na dúvida, procure orientação

É importante consultar um profissional médico ortopedista ou fisioterapeuta para entender qual recurso se adequa mais a sua realidade e questões ou limitações pessoais. Outra dica é escolher muletas e bengalas que sejam resistentes e proporcionem uma locomoção mais confortável e autônoma.

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