Pessoas que inspiram: como recursos de Tecnologia Assistiva da Mercur ajudaram a contar novas histórias
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“Pela primeira vez ela conseguiu pegar itens como lápis, canetas e cola. Coisas que ela nunca havia conseguido segurar”, conta Aline explicando o primeiro contato de sua filha com os Fixadores em Tira.
Débora tem paralisia cerebral, epilepsia de difícil controle e autismo. Segundo sua mãe, Aline Cavalli, Débora, quando criança, enfrentava dificuldades para segurar objetos. Foi então que ela e a filha participaram de uma oficina da Mercur na escola. Na ocasião, técnicos da empresa apresentaram os recursos e suas funcionalidades para um grupo de pessoas com deficiência.
“Foi bem legal essa experiência, pois, pela primeira vez ela conseguiu pegar itens como lápis, canetas e cola. Coisas que ela nunca havia conseguido segurar”, conta Aline explicando que esse foi o primeiro contato que elas tiveram com os Fixadores em Tira – recurso feito em borracha natural, que possibilita que pessoas com dificuldade de preensão possam segurar objetos.
Ela se recorda que já nesse primeiro contato com o produto teve um insight de sugerir uma melhoria que facilitaria na identificação dos seus diferentes tamanhos e regulagens.
“Sugeri que cada versão tivesse uma cor própria e, dessa forma, facilitaria para encomendar ou sugerir o item a outras pessoas. Assim, em vez de dizer ‘compra o de 20 centímetros’, poderíamos dizer ‘compra o verde’”, recorda Aline.
A proposta foi incorporada à versão final do produto e, hoje, as cores dos Fixadores em Tira são resultado dessa interação.
Mas, a história não para por aí. A partir do uso dos recursos de Tecnologia Assistiva da Mercur, Débora passou a exercitar a pega, o que estimulou os movimentos da mão. Hoje, com 12 anos, ela consegue segurar objetos sem os recursos. “Como é legal a gente encontrar uma empresa que pensa diferente, que pensa fora da caixa. Não é fazer mais um nicho para a empresa: a Mercur busca fazer a diferença no dia a dia das pessoas, eu vejo isso na Mercur”, finaliza a mãe.
Chayene Calmiski Bernardes, de 22 anos, conheceu a Mercur no processo de legitimação da Pulseira de Peso, enquanto ela ainda era um protótipo. Ao final da oficina, ela pediu para levar a Pulseira para casa, pois o sonho dela era escrever um livro e, com o recurso, finalmente poderia ter a independência para realizar esse desejo. Essa história marcou profundamente a equipe da Mercur. “Esses aparelhos foram a melhor coisa para a gente, pessoas com deficiências. Antes, éramos muito dependentes dos outros, sempre precisando de ajuda. Quando mostraram a Pulseira de Peso foi um sonho. Ela me ajudou a ter uma vida como a dos outros. Foi a melhor coisa do mundo. Quem olha, pode até dizer ‘Ah, é feio usar esse aparelho’. Eu digo: não é feio, ninguém sabe o que vivemos antes de ter esses recursos de Tecnologia Assistiva”.
Além da escrita, sua principal atividade com a Pulseira de Peso, Chayene consegue realizar outras tarefas. “Eu não conseguia escrever, fazer uma chapinha, uma escova, tudo eu tinha que pedir. Era dependente para tudo isso. Quando me maquiava, por exemplo, ficava sempre borrado”, conta ela.
Novas histórias a partir de novas formas de conceber produtos
Para uma das terapeutas ocupacionais da rede Mercur, Tatiane Ferreira Barp, os recursos são concebidos a partir de uma linha em que o foco é a utilização do produto para o cliente final.
“A Mercur busca investigar: a pessoa realmente vai usar esse recurso? Vai ser fácil de usar? Para que finalidade ele precisa? Quais as expectativas criadas com o recurso? A partir disso, a construção é feita com todas as pessoas envolvidas, desde usuários, família, profissionais de saúde e educação, designers”, comenta Tatiane.
Porém, a construção coletiva não significa que todos os recursos de Tecnologia Assistiva oferecem os mesmos resultados para as pessoas. A ideia da experimentação, utilizada ao longo da concepção dos dispositivos, é necessária para avaliação caso a caso. “Cada indivíduo é único e, entender seu contexto, ambiente e preferências é fundamental. Por isso, avaliar os produtos e vivenciá-los em suas rotinas pode proporcionar uma experiência mais efetiva”, comenta a terapeuta.
Exatamente para que serve esse produto. Eu tenho tremedeira essencial e não tenho muita instabilidade para fazer o almoço. Essa pulseira me ajudaria nessa função?
Olá, Carmem. Tudo bem? A pulseira de peso auxilia pessoas com movimentos involuntários a atenuar estes reflexos, possibilitando autonomia e independência para realizar suas atividades de vida diária. Qualquer outra dúvida, seguimos à disposição. Um abraço.